Segundo
o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social -
Ipardes (2017) FOZ DO IGUAÇU vai perder 44.708 habitantes até 2040.
CURITIBA vai ganhar 60.379 e MARINGÁ terá 149.623 habitantes a
mais.
Maringá (Acima)
terá que aumentar significativamente o número de servidores e
equipamentos que prestam atendimento socioassistencial a população.
Foz do Iguaçu não precisará contratar e nem construir CRAS, CREAS,
instituições de acolhimento, centros de convivência, talvez tenha
até que demitir ou realocar servidores e fechar alguns destes
equipamentos. Esta
é uma simples e precipitada leitura dos números acima.
NÃO
se pode fazer a leitura: “MAIS HABITANTES MAIS PROCURA DE SERVIÇOS
SOCIOASSISTENCIAIS”. A quantidade de pessoas que irão usar os
serviços depende de outras variáveis demográficas, econômicas e
sociais. No mais projeções a longo prazo estão suscetíveis à
erros significativos.
As
pessoas que procuram e/ou são atendidas pela assistência social
possuem estes perfis: extremamente pobres ou pobres, crianças,
adolescentes, mulheres em sua grande maioria, idosos, vítimas de
violência, abuso, racismo, negligência, abandono, com direitos
violados, pertencentes a grupos de minoria ou comunidades
tradicionais, pessoas portadoras de deficiência, em situação de
rua, atingidas por situações de calamidade pública e emergência,
em dificuldade financeira quando do nascimento ou morte de um membro
da família. PARA CADA UM DESTES PERFIS EXISTEM INDICADORES, SOMADOS
A PROJEÇÃO POPULACIONAL, RESULTARIAM NUMA LEITURA MAIS APROXIMADA
SOBRE O FUTURO DA DEMANDA.
Dizer:
“quanto mais habitantes mais procura por serviços” é o mesmo
que dizer: “QUANTO MAIS HABITANTES, MAIS POBRES, MAIS IDOSOS, MAIS
CRIANÇAS, MAIS PESSOAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA ...”. Existe uma
tendência de envelhecimento da população, isto significa dizer que
permanecendo ou diminuindo pouco o número de habitantes, ainda assim
aumentará o número de idosos. Já a taxa de natalidade tem
diminuído no decorrer dos anos, logo a população precisará
aumentar muito para aumentar o número de crianças. QUANTO AS OUTRAS
VARIÁVEIS A CORRELAÇÃO É IMPREVISÍVEL. Acredita-se que
envelhecendo a população o número de violências diminua, vide
exemplo da Europa. Em resumo a única correlação mais direta é
entre habitantes, idosos e mulheres.
MAIS
IDOSOS SIGNIFICA MAIS NECESSIDADE DE SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA PARA
ESTE PÚBLICO. O Gestor da Assistência Social de Maringá tem que
estar preparado para aumentar o volume e qualidade dos serviços:
Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência
e Idosas; Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência,
Idosas e suas Famílias; Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos para idosos e intergeracionais; Serviço de Acolhimento
Institucional (Asilos).
Por
conta do envelhecimento e do aumento de habitantes temos um
aumento do número de óbitos. Segundo o IBGE (2017) o Paraná
aumentou de 68.603 (2011) para 70.530 (2015) o número de óbitos.
MAIS ÓBITOS COM A PERMANÊNCIA OU AUMENTO DO NÚMERO DE POBRES
SIGNIFICA MAIS NECESSIDADE POR AUXÍLIO FUNERAL (benefício
eventual). Os municípios terão que se preparar para o aumento de
servidores para atender as pessoas e aumento do orçamento destinado
a este benefício.
Porém
… Veja
bem
… O AUMENTO EXPRESSIVO
de MARINGÁ (37%
mais habitantes que hoje) SIGNIFICA SIM, neste caso, AUMENTO DE
DEMANDA para todos os serviços socioassistenciais. É quase que
improvável que com um aumento destes não aumente o número de
pessoas vítimas de violência, abuso, negligência … Aumentos
insignificantes igual o de Curitiba (3%) estão amparados pela
análise realizada acima, ou seja, este aumento não significa
aumento de demanda, talvez signifique até uma redução.
FOZ
DO IGUAÇU (Acima) é para este analista um caso de ERRO GROSSEIRO DE
PROJEÇÃO DO IPARDES. Assim como já foi na penúltima projeção,
além de Fazenda Rio Grande e outras cidades da região metropolitana
de Curitiba nas quais o Ipardes superestimou a projeção de
população. Aconteceu alguma coisa entre o Censo de 2000 e 2010 em
Foz, provavelmente houve falhas no censo de 2000 superestimando a
população, logo a população diminuiu em 2010. As projeções do
Ipardes leva em consideração esta temporalidade para prever
principalmente o fluxo migratório, neste caso negativo.
Para
o leitor entender em Foz do Iguaçu houve 4.349 nascidos vivos em
2015, contra 1.529 óbitos, logo O SALDO ENTRE “VIVOS
E MORTOS”
foi de 2.820 habitantes a mais em 2015. Este mesmo saldo multiplicado
por 24 anos (tempo até 2040) daria um saldo de 67.680 habitantes a
mais. O Ipardes projeta redução de 44.708, para que isto aconteça
112.388 pessoas irão embora de Foz (emigração) a mais do que
aquelas que estarão chegando em Foz (imigração). Claro que o
cálculo entre vivos e mortos foi feito a grosso modo, este número
tende a se alterar conforme passa os anos, inclusive podendo ser mais
positivo. Ainda assim para que este número seja tão diferente
(situação dada pelo Ipardes) É NECESSÁRIO UM FLUXO MIGRATÓRIO
EXTREMAMENTE NEGATIVO EM FOZ DO IGUAÇU. É possível prever isto?
Acredito que não, o fluxo migratório é muito sazonal e depende de
muitas variáveis.
NOTA:
População
estimada em 2016 e projetada para 2040 das 3 cidades em tela
Maringá
= 403.063 para 552.686
Curitiba
= 1.893.997 para 1.954.376
Foz
do Iguaçu = 263.915 para 219.207
BIBLIOGRAFIA
BRASIL.
IBGE. Disponível em:
https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/registro-civil/quadros/parana/nascidos-vivos.
Acessado em: 23/07/2017.
BRASIL.
IBGE. Estimativa da população 2016.
PARANÁ.
IPARDES. Disponível em: http://www.ipardes.pr.gov.br/imp/index.php.
Acessado em: 23/07/2017.
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