MONITORAMENTO NA ASSISTÊNCIA SOCIAL: OBJETIVO

Íntegra do Guia Teórico para Implementação do Processo de Monitoramento na SEDS, capítulo 2. OBJETIVOS DO MONITORAMENTO.

O conceito do monitoramento discutido no capítulo anterior traz em si o objetivo do monitoramento: “... visando à disseminação de boas práticas ou mudança do objeto monitorado.” (SEDS, Diretrizes para Elaboração de Indicadores, 2015). Corroboram Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2006, p. 7) “... visando à obtenção de informações para subsidiar decisões, bem como a identificação e a correção de problemas...”; NOGUEIRA (2002, p.147) “... que permitem ou viabilizam a rápida avaliação situacional e a intervenção que confirma ou corrige as ações monitoradas.”; CHIAVENATO (2002, p. 558-559) “...e serve para ajustar as operações aos padrões previamante estabelecidos. [...] Ação corretiva, se necessária.”; Ministério da Saúde (2009) “...visando a obtenção de informações, em tempo oportuno, para subsidiar tomadas de decisão, a identificação, encaminhamento de solução e redução de problemas, bem como a correção de rumos.”; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (2006, Portaria 329) “...visando à obtenção de informações para subsidiar gerenciamento e a tomada de decisões cotidianas, bem como a identificação precoce de eventuais problemas.”.
Abaixo resumo que sintetiza os objetivos do monitoramento, encontrado nas citações acima:


- Disseminação de boas práticas;
- Mudança do objeto monitorado;
- Obtenção de informações para subsidiar decisões;
- Identificação e correção de problemas;
O monitoramento serve para corrigir problemas


- Rápida avaliação situacional;
- Que confirma ou corrige as ações monitoradas;
- Ajustar as operações aos padrões previamente estabelecidos;
- Identificação precoce de eventuais problemas.
Estes objetivos podem ser divididos em imediatos e finais. Os imediatos são aqueles que acontecem durante ou logo após o monitoramento: obtenção de informações, rápida avaliação situacional. Os objetivos finais são aqueles que acontecem depois e/ou bem depois do monitoramento ser realizado: disseminação de boas práticas, mudança do objeto monitorado, correção de problemas, decisões.
Os objetivos imediatos são parte do processo de monitoramento, os objetivos finais avançam para outros processos de trabalho. Disseminar boas práticas e provocar mudanças no objeto monitorado não é monitoramento. São ações que se utilizam das informações comparativas produzidas pelo monitoramento, mas também de informações produzidas por qualquer outro processo de trabalho. São ações que podem acontecer sem existir monitoramento.
As mudanças ocorridas nas características ou nos fluxos de trabalho de um curso podem ser decorrentes das mais diferentes motivações concomitantes ou isoladas. O gestor ao definir a mudança pode fazê-la através de um plano, projeto, resolução, fluxo, sistema e/ou qualquer outro instrumento e/ou pura e simplesmente ordenando que se faça diferente. A mudança pode ser para corrigir falhas ou para afirmar um experimento e/ou ponto positivo do curso. 
 
O objetivo “mudança do objeto monitorado” foi escolhido em detrimento do objetivo “correção das ações monitoradas” em função da possibilidade da mudança acontecer por motivos positivos. Não se trata apenas de correção de falhas, problemas ou qualquer outra correção, mas também de mudar em definitivo ou por um longo tempo alguma característica de um produto ou processo de trabalho que estava sendo testada ou que aconteceu eventualmente.
A rápida avaliação situacional trazida por NOGUEIRA (2002, p. 147) e GARCIA (2001) é inerente ao modus operandi do monitoramento. Ao comparar uma informação da realidade com um padrão, esta rápida avaliação situacional estará acontecendo, principalmente quando existe um conjunto de indicadores sobre um mesmo objeto monitorado. O exemplo do termômetro, excessivamente utilizado pelos docentes e palestrantes da área, retrata a inerência da avaliação ao comparar a febre do paciente com um padrão excessivamente discutido no meio médico, não existem dúvidas quando uma pessoa necessita interferência por estar com febre, é rápido e preciso, é uma avaliação situacional daquele paciente ou objeto monitorado. 
 
O termo situacional deve ser substituído por desempenho para ser mais assertivo quanto ao processo de monitoramento organizacional: rápida avaliação do desempenho do objeto monitorado. Os indicadores relativos ao serviço de apoio técnico da SEDS aos órgãos gestores municipais monitoram o desempenho deste serviço frente a padrões, estes se bem escolhidos sintetizam com precisão e fundamentação científica o conceito de desempenho do apoio técnico. O mesmo ocorre com indicadores relativos a processos de trabalho, recursos e insumos. Até mesmo indicadores sociais são concebidos para refletir um padrão de desempenho de aspectos sociais, a exemplo do IDH que tem no seu conceito o desempenho quanto ao desenvolvimento humano de uma sociedade, quanto mais alto o IDH, mais desenvolvida humanamente.
Em resumo o objetivo imediato do monitoramento é:
- Rápida avaliação do desempenho do objeto monitorado;
Os objetivos finais são:
- Disseminação de boas práticas: entre processos de trabalho, produtos, unidades administrativas e órgãos gestores;
- Mudança do objeto monitorado: quanto a insumos, recursos (estrutura), processos, produtos, relação com o usuário e sociedade

 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Manual de avaliação : Plano Plurianual 2004 – 2007 : Exercício 2007 – Ano Base 2006. Brasília, 2006. p. 7. Disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/arquivos_down/spi/Manual_Avaliacao_base2006.pdf>. Acesso em: 27 mai. 2007.

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Orçamento Federal. Secretaria de Planejamento e Investimentos
Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. Brasília, 2012, 64 p.

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Subsídio para o 2º Encontro. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa - SGEP, Departamento de Monitoramento e Avaliação da Gestão do SUS. Brasília: Cadernos DEMAGS; 2009.

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CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

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Citado por: Santos, Adriana Rodrigues dos. Monitoramento e avaliação de programas no setor público [manuscrito] : a experiência do PPA do Governo Federal no período 2000-2011 / Adriana Rodrigues dos Santos. -- 2012.
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